A noite da alma belisca as trevas
Por seus atraentes brilhos e mistérios
Julgando serem de sua dor refrigérios
Ignora a luz que o dia traz e leva.
Mesmo vetusta a ignomínia frígida alcança
Entra em tedioso caos que nem mais ecoa
A alma solitária sem fé amor e esperança
Do corpo pétreo nem como imaginação voa.
Inicia-se a diáspora dos princípios éticos
A cegueira invade os pórticos dos sentidos
Transformando o ser em amoral e cético
Sem poesia e xucro como animal temido.
O fogo da paixão transformado em mito
Acha por bem joga-lo ao fundo ínfimo do poço
Abandonando precoce o organismo ainda moço
Resta-lhe da razão a força e o último grito.
Chega desse embate de emoção espessa
Que leva todo homem ao nada
Há que retomar o domínio com a cabeça.
Então se levanta abrupto e pensa
Morrer e ser jogado impotente a esmo
Isso definitivamente não compensa.
E o raciocínio lógico retoma a labuta
Por crer e amar anseia amar a si mesmo
Mais vale a vida e continuar na luta.
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